terça-feira, 3 de novembro de 2009

Pós-humano

Quem nunca se deparou com aquele tipo de pessoa que conversa um monte pela internet, mas ao vivo se caga toda pra puxar um assunto minimamente menos raso com você?

Acho que as pessoas aqui, e talvez em muitos lugares, pobres ou ricas, estão ficando pós-humanas. Vejo todo dia na aula... Metade da turma grudada no iPhone, outra metade grudada naquele Blackberry horroroso. É todo mundo programando o depois. Concentração no presente? Fica pra depois também!

Facebook, My Space, Twitter, etc. Tudo tão fácil e tão presente. Presente no sentido não temporal da coisa.

Quando o professor perguntou nessa manhã:
"Quem pesca aqui?"

"Quem viaja passar as férias com os avós?"

"Quem pratica surfe?"

"Alguma opinião? Alguma pergunta?"

Nenhum "yes" saiu.

Fiquei pensando o que será que vai acontecer com as atividades tomadas como básicas e "fundamentais" no futuro. Aliás, futuro que nem dá pra mensurar quão distante está. Se é que já não faz parte do presente.
O que vem a ser viver no presente? Será que alguém sabe?

Ou assim: super empolgado contando algo e seu receptor nem sequer pede licença para ignorar, consciente ou inconscientemente, a conversa do momento e dar uma olhadinha no portátil?

Toca o celular, caixa de emails cheia, farmville no facebook, dedinhos afiados. Boca calada.